domingo, 25 de julho de 2010

Outra fonte de informação: a internet

Estive pensando no meu amigo Chagas, aquele que tem como fonte de informação apenas a Veja e o JN/Globo
Na internet ele se restringe aos contatos pessoais, não a usando como fonte de informação
Tenho esperança de meu amigo descubra que a internet é uma forma de informação e de alteração da realidade
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As candidaturas e as redes sociais

Entrevista com o professor e sociólogo Sérgio Amadeu
Por Marise - no Luis Nassif Online
Sérgio Amadeu da Silveira é uma figura ímpar. Doutor em Ciência Política pela USP, é mais lembrado como defensor e divulgador do Software Livre e da inclusão digital no Brasil. Foi presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e é professor adjunto da Universidade Federal do ABC (UFABC). Amadeu, autor dos livros Exclusão Digital e Software livre, cultura hacker e ecossistema da colaboração concedeu entrevista ao Sul 21 durante o 11º Fórum Internacional de Software Livre, que se realiza até amanhã em Porto Alegre.

Sul 21: Ontem, um candidato gaúcho a deputado estadual, revelou que fará uma campanha exclusivamente digital – não haverá santinhos, palanques, nada, apenas o suporte digital, ou seja, a Internet. O que o senhor pensa a respeito?

Sérgio Amadeu: Quem consegue se promover nas redes sociais é quem obedece suas lógicas. Há cada vez mais candidatos que usam tais redes e o problema que eles enfrentam é que a maioria da sociedade possui certa rejeição aos políticos, mas é um direito deles tentar a comunicação. Muitos estão usando o twitter de forma correta, sem violar as regras tácitas de conduta. Quem faz isso, quem responde pessoalmente a quem lhe escreve, quem dialoga, quem não xinga, pode ter um ganho. O importante é não usar as redes como broadcasting, não usar como se fosse apenas um meio de divulgar mensagens. O twitter é interação. Isso tem de ser respeitado sempre. O fundamental é responder aos questionamentos. Quem faz isso tem grandes possibilidades de ganhar o eleitor. É uma espécie de corpo-a-corpo. É claro que o candidato não deve responder aos trolls – que são pessoas obcecadas pela polêmica e que naturalmente devem ser ignoradas – , pois só geram mais brigas e trolls.

E as outras redes sociais?

Quem utiliza bem as ferramentas sabe que uma rede social pode ligar-se a outra. Um bom utilizador destes meios é quem, por exemplo, escreve um post em seu blog ou atualiza seu site e imediatamente informa o fato a seus seguidores do twitter e aos amigos do Facebook e do Orkut. A sugestão de leitura movimenta as pessoas, chama mais gente. Hoje, há que usar o Twitter, o Facebook e o Orkut.

Quem usa mal as redes sociais?
Os candidatos que usam as redes sociais como se fossem mais um canal para ele falar sozinho. Se o candidato ignorar a interação, se não se colocar ao nível do eleitor, demonstra que não compreende as ferramentas de que dispõe.

Em segundos, eu costumo receber dez tuítes seguidos de uma candidata e ela não responde...
Sim, isto não é eficaz, ninguém lê dez tuítes em série porque identifica logo que foi resultado de um processo automático. É uma panfletagem sem sentido prático. Outra coisa que não funciona é o spam. Eu recebi uma mala direta de Geraldo Alckmin. Era uma coisa que não perguntava se eu queria seguir recebendo notícias dele, era um santinho eletrônico. Isso só irrita. Eu não pedi nada para ele. Mas sou de opinião que dá para fazer uma campanha pela internet, principalmente se for de candidatos de eleições proporcionais. Há uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet que diz que, nas regiões Sul e Sudeste, 74% dos jovens entre 16 e 24 anos acessam no mínimo mensalmente a internet, seja em casa, seja fora. E metade destes acessam diariamente. É um número altíssimo.

Você acha que os candidatos às majoritárias são obrigados a usar a Internet?
Sem dúvida. Se ele se eximir, vão falar mal dele. Não é que ele vá ganhar muitos votos nas redes sociais, é que vai deixar de perder, o que é a mesma coisa. Afinal, ele será contestado e desafiado, vão espalhar boatos... Então, tem de ficar atento e interagir. A Internet mudou o modo de fazer campanha, claro.

E como responder a milhares de seguidores?

Bem, em linguagem de Internet, eu diria que você tem de ser verdadeiro, não pode ser fake. Se o candidato utilizar uma equipe para responder, deve informar que tem uma equipe. Uma das realidades da rede é a comunicação horizontal e pessoal. Então, o candidato tem que dizer “como não consigo responder a todos, vou responder a algumas pessoas”. Isso é aceitável, é razoável para políticos e não políticos. Porém, quem é candidato a presidente, governador ou senador tem uma empresa de marketing fazendo sua campanha. Obviamente, estes publicitários já trabalham com as redes sociais dentro e fora do período eleitoral. Eles usam a chamada “análise de mídia social” e têm “articuladores de mídias sociais”. Esse batalhão está nas campanhas.

E são eles que respondem aos seguidores e amigos?

Sim, mas veja o caso de Obama. O Obama tinha assessores que se revezavam no twitter. A cada questão mais complicada, ele era consultado e ditava sua resposta. Isso foi possível porque o twitter recém tinha aparecido – o Obama tinha menos de 200 mil seguidores e a maioria deles era pessoal da imprensa e bons blogueiros. Ele e seus assessores souberam usar muito bem o twitter. Tanto que as comunicações e decisões mais importantes vinham por ali. E também os links, o direcionamento para outras mídias, as indicações sobre o que ler e onde.

Ele pautava a imprensa...
Sim, mas também formava uma reputação. Porque as mídias sociais não apenas servem para contato, mas para que se conheça a postura, a seriedade, a gentileza e educação de quem participa. A credibilidade, grande bastião dos jornais, está por inteiro nas redes sociais. Reputação é sinônimo de credibilidade. A população sabe o que está fazendo, mesmo quando compra jornais dos quais desconfia. Por exemplo, a pessoa que compra a Veja tem um determinado perfil pessoal ou sabe o que é a Veja. Sabe que ali não há os dois lados, que não é jornalismo, mas este é outro assunto..

http://www.sul21.com.br/index.php/permalink/destaque/63

FONTE: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-candidaturas-e-as-redes-sociaisDr Rosinha e a estréia da entrevista via twitter
Entrevista com Dr. Rosinha é a primeira de uma séria que acontecerá via Twitter
Estamos inaugurando uma nova modalidade no jornalismo deste blogue. Hoje das 14h30 às 15h30 fiz uma entrevista via Twitter com o deputado federal Dr Rosinha (PT-PR). Quem nos segue pôde acompanhar a conversa ao vivo. Agora disponibilizo-a aqui.

O padrão da entrevista é simples. No horário combinado começa-se a conversa. A pergunta não pode exceder um tweet. E a resposta deve ter no máximo três.

Pretendo convidar outros atores políticos (jornalistas, marqueteiros, candidatos, sociólogos, pesquisadores etc) para conversas com esse formato neste período eleitoral. Depois de outubro, vamos usar este instrumento para outros temas.

Não conheço blogueiros que estejam fazendo uso deste formato de entrevista. Mas como quase nada se inventa na rede, certamente alguém já deve estar fazendo algo parecido. O importante é ir testando novas fórmulas jornalísticas usando redes sociais.

Segue a conversa:

@DrRosinha, como o senhor avalia a composição que foi feita para a disputa estadual no Paraná?

Tweet1 – É uma coligação forte, e que respeita a política nacional de alianças do PT (PMDB, PDT, PCdoB, PR).
Tweet 2 -Essa aliança tem chances reais de eleger @Osmar_Dias governador e 2 senadores: @Gleisi e @RequiaoPMDB .
Tweet 3 -Aliança do PT com PDT, PMDB e PCdoB dá uma identidade programática e ideológica para a campanha.

O Paraná é mais conservador, com essa composição o sr. avalia que se criou um fato novo local capaz de fazer Dilma ganhar aí?
Tweet 1 – Sim, a aliança com @Osmar_Dias12 é um fato novo, que tb contribui com a campanha da @DilmaBR no Paraná.
Tweet 2 – @renato_rovai com essa aliança, ganha o Paraná, que se vê diante de dois projetos políticos distintos – a continuidade ou o retrocesso.

O sr. fala em retrocesso, mas a gestão de Beto Richa é bem avaliada na capital, por que isso acontece?

Tweet 1 – Gestão de Beto Richa em Curitiba gasta 4 vezes mais em publicidade por habitante do que o governo Lula.
Tweet 2 – Apesar da condição de prefeito, Beto Richa usou recursos de Curitiba para fazer propaganda em jornais do interior.
Tweet 3 – A avaliação de Richa não é algo pessoal. Todos ex-prefeitos de Curitiba, independente d partidos, saíram com avaliação similar.

@DrRosinha, quais são os principais desafios do estado nos próximos quatros anos?

Tweet 1 – Desafios do Paraná: levar desenvolvimento com distribuição de renda às regiões com baixo IDH.
Tweet 2 – Executar uma política pública efetiva para o combate à violência no Estado.
Tweet 3 – Manter a ampliação e qualidade do ensino público e o atendimento à agricultura familiar, entre outros.


Não será confuso explicar para o eleitor que o adversário da eleição passada é o candidato atual do governo?

Tweet 1 – Não. O @Osmar_Dias12 já foi secretário de @RequiaoPMDB, cuja 1ª campanha a governador foi coordenada por Osmar.
Tweet 2 – E o PDT, partido de @Osmar_Dias12, além de estar no governo, é aliado histórico do PT – Brizola foi vice de Lula em 1998.
Tweet 3 – Como senador, @Osmar_Dias12 votou em todas as propostas do governo Lula. Compromisso é manter as políticas de Lula e @RequiaoPMDB.


@DrRosinha, qual o clima da campanha no Paraná? Está mais propositiva ou virou guerra? O que significou aquela briga com @RequiaoPMDB? (Requião levou um soco no aeroporto do presidente do PPS, Rubens Bueno)

Tweet 1 – A campanha no Paraná, até agora, está tímida, e não está se desenhando guerra. A briga do @RequiaoPMDB foi caso isolado.
Tweet 2 – Eleições do Paraná: Serra/BetoRicha/FHC/Lerner de um lado. E os avanços dos governos Lula e @RequiaoPMDB, de outro.
Tweet 3 – Os paranaenses estão descobrindo que Beto Richa é cria política e seguidor de Jaime Lerner, assim como Serra em relação a FHC.

Como a mídia no Paraná tem se comportado no processo eleitoral? É melhor ou pior que a nacional?

Tweet 1 – Historicamente a mídia paranaense sempre foi ligada aos poderes públicos municipal e estadual. Com o @RequiaoPMDB, isso mudou.
Tweet 2 – No caso recente das denúncias de corrupção na Assembleia do Paraná, a mídia teve um papel relevante de investigação.
Tweet 3 – Pós-escândalo na Assembleia, ainda temos dúvida quanto ao comportamento da mídia do Paraná na cobertura das eleições.

O @dutra13 (presidente nacional do PT) está dando coletiva agora sobre as declarações do vice de Serra no site do PSDB, qual sua opinião sobre o episódio?
Tweet 1 – @renato_rovai, vc viu o vídeo do Índio da Costa? Ao falar “daquela revista debaixo do braço” [a Veja], parecia que falava da Bíblia.
Tweet 2 –O vice do Serra demonstra não ter ideias próprias. Apenas requenta o jornalismo de esgoto da Veja.
Tweet 3 – Se o @JoseSerra_ fosse um homem honrado, deveria vir a público e desmentir as declarações caluniosas de seu vice.
Tweet 4 – Por último, @Renato_Rovai, quero dizer que defendo que o PT, além de processar o vice de Serra, divulgue o andamento das ações contra a Veja.

Pra terminar, qual a sua expectativa para um gov Dilma, o que é preciso mudar?

@renato_rovai Espero que a @DilmaBR amplie os avanços sociais, na saúde, priorize a participação popular e implemente as resoluções da Confecom.

http://www.revistaforum.com.br/blog/2010/07/19/dr-rosinha-e-a-estreia-da-entrevista-via-twitter/

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